segunda-feira, abril 02, 2012

O meu último post surgiu depois de ver o filme "Relatório Kinsey". Alfred Kinsey foi um biólogo norte-americano que contribuiu decisivamente para o estudo da sexualidade. A sua formação de base levou-o a estudar insectos mas o seu trabalho maior consistiu nos dois primeiros grandes relatórios sobre os hábitos sexuais das mulheres e homens norte-americanos. Como todos os cientistas exactos em território das ciências humanas, ele centrou-se nos aspectos quantificáveis (biológicos e fisiológicos) de sexo. Saber quantas vezes faziam sexo, com quem, de que forma, o que desejavam, o que sonhavam, quando começaram, se e como tinham prazer. Ora na primeira metade do séc. XX e num país puritano, indagar e descobrir os hábitos de masturbação, homosexualidade, fetichismo, etc, teve uma oposição fortíssima e quase proibitiva.

Mas o ser humano é um ser curioso e rapidamente os relatórios se tornaram best-sellers. O americano comum queria saber se estava dentro da norma ou não. E descobriu-se que a norma não era o que se achava ser, mas muito mais libertina e sexual.

Alfred Kinsey foi um experimentador ele mesmo. Ele e a sua mulher tiveram vários filhos, experimentaram várias posições, experimentaram troca de casais e até a homosexualidade. Do ponto de vista sexual, físico, cru, primitivo, animal, tentou cobrir todas as hipóteses. Mas quando lhe perguntaram porque estudou o sexo e não o amor, a sua resposta é lapidar:

"Isto porque é impossível medir o Amor. E como sabem, sem medições não pode haver Ciência. Mas, tenho pensado muito no problema nos últimos tempos. No que toca ao Amor, estamos todos às escuras."

Nem mais...

2 comentários:

JCA disse...

o filme sobre Kinsey é bastante interessante, foi mais um que ou viveu no momento certo ou se hoje andasse por cá ainda era mais maluco e tinha um blog ... erótico...

o certo e sabido a classificação "métrica" que ele arranjou ainda vai funcionando.

(estivemos para implicar contigo à uns dias, mas as voltas e reviravoltas complicaram e nada dissemos)

carpe vitam! disse...

Gostei muito do filme, e não estou tão certa assim se o amor não se poderá quantificar. Se pensarmos que é feito de pequenos gestos, daria muito trabalho quantificar tudo, mas se conseguimos qualificar, também conseguiremos quantificar e ponderar sobre isso.

(é verdade, andámos pelos teus lados)