quinta-feira, abril 08, 2010

Tendo recomeçado a trabalhar num ofício que me ocupa o tempo todo o dia (e enquanto não tenho net no trabalho), não tenho tido tempo para vir aqui opinar. Mas tenho pensado! E hoje pensei sobre os tectos das relações. Explico-me! Parece ser algo humano a ideia de haver limites estéticos na procura de parceiro amoroso. A expressão “areia demais para a minha camioneta” parece inundar o discurso da procura de afectos. Acharmos que por termos determinadas características físicas nos permite ou impede de obtermos o afecto de outra pessoa é absolutamente estranho e até patético. Dizerem-me que um homem bonito se irá apaixonar por uma mulher bonita é idiota. Primeiramente porque os padrões estéticos variam individualmente, o célebre “quem feio ama, bonito lhe parece”. E depois porque a beleza é apenas um item de vários que nos levam a apaixonar por alguém. Todos falamos da beleza interior, que mais não é do conjunto de características não visíveis. Não raras vezes as mulheres afirmam que o humor e confiança são duas características fundamentais quando procuram um homem. É óbvio que preferem um homem que lhes chame a atenção do olhar, mas muitas vezes a atracção é uma questão mais química (as feromonas) do que visual. Há a ideia que os homens olham mais para essas questões (se a mulher é bonita ou tem um corpo atractivo) mas é uma falácia. Ligamos tanto ao corpo como as mulheres e somos atraídos por muito mais coisas que o físico.
Assim, quando me dizem algo como “Ah, ele é demasiado giro! Deve ter muitas miúdas atrás dele!”, não deixo de rir e dizer que isso é um disparate. Durante anos fui o rapaz que nenhuma miúda se interessava, mas a partir de certa altura não tive esse mesmo problema. E não foi tanto por uma questão de mudança física mas sim de auto confiança e auto estima. E essa sim é uma característica fundamental. O ser humano (homem e mulher) é atraído por alguém que tenha confiança em si mesmo e que nos transmita confiança. Talvez por isso, e já aqui falei, a questão do ciúme me faça confusão. Sei que é normal certas inseguranças no ser humano, mas no momento em que compreendemos que não podemos mandar no afecto de alguém, acabamos por adquirir uma tranquilidade diferente. Devemos dar o melhor de nós para que a outra pessoa se sinta bem (e por isso tenha afecto) por nós! Se por uma razão externa perdemos esse afecto, não deveremos desesperar. São factos da vida! Nada disso deverá mudar a nossa auto-estima! E digo-vos já que poucas coisas são mais sexy do que ouvir: “É o meu homem!”.

6 comentários:

Mahh Ruiz disse...

Adorei o texto e mentiria se falasse que você está errado. Vivemos procurando o homem de nossas vidas, escolhemos demais e sempre acabamos com os piores pedaços do mercado, não por serem feios ou "fora do padrão" mas por nos fazerem de bobas.
Por isso prefiro os mais "normais" não são lindos, não atraem milhares de olhares, mas me fazem sentir tão bem e muito melhor do que os galãs de capa de revista.
O que as pessoas esquecem é que a beleza um dia vai acabar, seja com o tempo ou com qualquer coisa, só que o interior e o jeito da pessoa perduram por toda vida, indiferente do tempo.

Profundo Olhar disse...

Um belo texto sobre um assunto interessante.A verdade é que como bem referes a profundeza das relações vai muito além do que é visivel..
E sem duvida o meu Homem é o melhor do mundo.....não desfazendo..lolbeijo

Francisco del Mundo disse...

Mahh, bem-vinda!! :D Concordo com tudo..
Beijo

Francisco del Mundo disse...

Profundo Olhar, acho muito bem!!!:D
Beijo

Ligia disse...

Olá Francisco
Sou nova pelas andanças dos Blogs, mas hoje tinha uma recomendação de uma amiga, para espreitar o teu, e curiosa como sou, cá estou eu.
Permite-me discordar em parte do teu Diario.
a 1ª reacção de qq um de nos é sempre de olharmos para a beleza exterior , depois alguns de nós não conseguem ser indiferentes à beleza ( ou não ) interior, e há aqueles para quem isso não tem importancia.
Há pessoas que até podes ter muito em comum, que têm mesmo tudo a ver contigo, mas que quando estás com eles, a empatia perde-se. Ou por causa do tom de voz, ou pelos tiques que tem com os olhos, a maneira de vestir, o riso...tantas coisas.
Não é verdadeiro dizermos que somos indiferentes a estas situações
Nós somos um conjunto de caracteristicas, que fazem com que te sintas atraido ou não por alguem. E a prova está nas tuas proprias palavras. Uma atitude firme, autonoma e confiante, acabou por fazer com que sentisses que atraias mais do que habitual. Mas também te digo, se fosses um patinho feio, seria muito mais dificil salientares essas tuas qualidades, porque a mulher da tua vida podia nem te dar essa hipotese, por 1 segundo que fosse.
sim, vivemos numa sociedade estereotipada, que faz-nos desejar o perfeito, mas este não existe.
é um caminho que cada um tem de percorrer, se achar necessario, até se desligar inteiramente dos modelos de sociedade que temos, e chegar ao dia em que consegue saborear o que a vida tem para nos dar.
As pessoas em geral ficaram automaticas, na procura de modelos de pessoas, de vidas. Ficaram egoistas e individuais, e é aqui que está a grande crise dos tectos das relações :-)
O não aproveitar e saborear simplesmente o momento. O deixar -se amar e amar sem limites, tabus, preconceitos e regras.
Obrigado por esta partilha.
Boa noite!

Francisco del Mundo disse...

Olá Ligia! Bem-vinda e obrigado pelo teu comentário.
Ora bem, há sempre o risco de emitir uma opinião generalizada como eu fiz, porque há pessoas que podem discordar! :) é óbvio que nem todas as pessoas se encaixam no que eu disse, mas ainda assim creio ser possivel extrair caracteristicas gerais aos dois sexos. Eu nunca me apaixono rapidamente e muito menos à primeira vista, logo eu gosto de ir conhecendo a pessoa (defeitos e qualidades). Nunca procuro o perfeito, porque sei que ele não existe! Logo, quero é que as imperfeições me apaixonem. Mas posso ser só eu.. ahahah
Beijo