segunda-feira, março 16, 2009

Ontem fui ver um concerto de Carlos do Carmo e a certa altura um momento arrepiante! José Carlos Ary dos Santos escreveu o poema, Fernando Tordo musicou e mestre Carlos canta. A maioria de vocês sabe que o meu coração está penhorado! Está guardado por uma bela menina. Para ela fica o texto de Ary misturado com um texto meu...

Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia


Aventuras, paixões, amores... A vida trouxe-me tardes de belas mulheres, mas nunca a mais bela das tardes! Tive a certeza que eras a mulher da minha vida. Logo to disse porque a sinceridade do meu coração a minha boca não conseguia calar. Eras o alimento que o meu coração podia saciar...

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia


Em teus olhos me perdi, nos teus lábios me encontrei. Tinhas a doçura do cacau e a magia do continente mãe. Descobri que o Outono em Verão conseguias transformar. Eras a Deusa que nenhuma descrença podia abalar...

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza


Meu amor, nunca a expressão me pareceu tão certa! Foi nesse Jardim da Estrela que a mais linda Lua me deu o mais belo luar. Eras o tesouro que mais queria guardar...

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram


A primeira vez que os nossos corpos se uniram, transformaram-se num só. Compreendemos que nos amávamos até no dormir. Eras a metade da minha laranja que nunca pensei existir...

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram


Eis que os dias e as noites ganharam sentido. Como se só agora vivessemos e começassemos a amar. Eras o sopro da vida que contra tudo me permitia lutar...

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza


Mas eis que a distância me retira o sorriso. O meu coração chora por não te ver, não te sentir todos os dias. A certeza que tenho de que me fazes acreditar no amor, é a mesma certeza que a tua ausência me faz mal. Eras a certeza incerta de que nas mãos do destino sou um comum mortal...

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto


Não sei se as minhas palavras são de mel ou fel. Se soam a céu ou inferno. Sei que és quem habita o meu pensamento desde que te vi surgir. És a razão para que o meu coração tenha vontade de sorrir...

Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto.

Mas não duvides nunca que se me quiseres como te quero, o nosso partilhado caminho será como espero...


2 comentários:

Anónimo disse...

Que bom ver-te feliz. Espero que o que vos une, nunca uns meros kms separem.. beijinhos

Francisco del Mundo disse...

Just, feliz talvez esteja mas porque estou vivo! Completo não estou certamente...
Beijo