domingo, março 29, 2009

Vi de uma assentada só a segunda temporada da série Californication! Escusado será dizer que adoro a personagem de Hank Moody (David Duchovny). Um escritor corrosivo que apesar de descair em muitas mulheres, ama incondicionalmente a mãe da sua filha e a sua filha! Aqui fica a minha cena favorita, juntamente com a carta que decidiu escrever aquela que no primeiro encontro descobriu ser a mulher da sua vida...



“dear karen,
if you’re reading this, it means i actually worked up the courage to mail it. so, good for me. you don’t know me very well but you get me started, i have a tendency to go on and on about how hard the writing is for me. but this… this is the hardest thing i’ve ever had to write. there’s no easy way to say this, so i’ll just say it.
i met someone.
it was an accident. i wasn’t looking for it. it wasn’t on the make. it was a perfect storm. she said one thing. i said another. next thing i knew, i wanted to spend the rest of my life in the middle of that conversation. now there’s this feeling in my gut. she might be the one. she’s completely nuts… in a way that makes me smile — highly neurotic. a great deal of maintenance required.
she is you, karen.
that’s the good news. the bad is that i don’t know how to be with you right now. and it scares the shit out of me. because if i’m not with you right now, i have this feeling we’ll get lost out there. it’s a big, bad world full of twists and turns, and people have a way of blinking and missing the moment… the moment that could’ve changed everything.
i don’t know what’s going on with us, and i can’t tell you why you should waste a leap of faith on the likes of me… but, damn, you smell good — like home. and you make excellent coffee. that’s got to count for something, right?
call me.
unfaithfully yours,
hank moody.”

quinta-feira, março 26, 2009

A propósito do filme Amália que vi há dias e do qual falei aqui, decidi falar sobre algumas coisas. Amália foi provavelmente a nossa única diva. Pelo menos no que toca à música. Bonita, carismática, trágica, controversa. A sua vida foi um desfiar de momentos marcantes que a moldaram, que moldaram a sua música e que moldaram a música portuguesa do séc. XX. Mariza tem uma voz brutal, talvez mais impressionante que a de Amália. Mas tem uma alegria (indissociável da sua africanidade) que retira ao seu fado a mágoa e forla que só Amália lhe conferiu. Foram vários os mestres (compositores, autores, interprétes) de fado, mas só a grande diva trazia o fado dentro dela. As mortes, as traições, as tragédias, os desgostos são como notas do fado que foi a sua vida. E só essa vida foi retratável. Soube que alguma família e amigos não terão gostado da película. Não entendo porquê! Em nada Amália ou a família é insultada ou desrespeitada. Pelo menos comparando com qualquer outra família. E o que se ganha na descrição da sua vida é ímpar, único. Porque não foi perfeita. Errou. Muito e muitas vezes. São as vidas dos ímpios, dos pífios, dos canalhas que nos apaixonam. Ela teria sido mais feliz se a sua vida tivesse sido diferente. Mas não teria sido a fadista que foi e não nos teríamos apaixonado por aquela que foi a grande artista portuguesa do século passado...

segunda-feira, março 16, 2009

Ontem fui ver um concerto de Carlos do Carmo e a certa altura um momento arrepiante! José Carlos Ary dos Santos escreveu o poema, Fernando Tordo musicou e mestre Carlos canta. A maioria de vocês sabe que o meu coração está penhorado! Está guardado por uma bela menina. Para ela fica o texto de Ary misturado com um texto meu...

Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia


Aventuras, paixões, amores... A vida trouxe-me tardes de belas mulheres, mas nunca a mais bela das tardes! Tive a certeza que eras a mulher da minha vida. Logo to disse porque a sinceridade do meu coração a minha boca não conseguia calar. Eras o alimento que o meu coração podia saciar...

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia


Em teus olhos me perdi, nos teus lábios me encontrei. Tinhas a doçura do cacau e a magia do continente mãe. Descobri que o Outono em Verão conseguias transformar. Eras a Deusa que nenhuma descrença podia abalar...

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza


Meu amor, nunca a expressão me pareceu tão certa! Foi nesse Jardim da Estrela que a mais linda Lua me deu o mais belo luar. Eras o tesouro que mais queria guardar...

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram


A primeira vez que os nossos corpos se uniram, transformaram-se num só. Compreendemos que nos amávamos até no dormir. Eras a metade da minha laranja que nunca pensei existir...

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram


Eis que os dias e as noites ganharam sentido. Como se só agora vivessemos e começassemos a amar. Eras o sopro da vida que contra tudo me permitia lutar...

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza


Mas eis que a distância me retira o sorriso. O meu coração chora por não te ver, não te sentir todos os dias. A certeza que tenho de que me fazes acreditar no amor, é a mesma certeza que a tua ausência me faz mal. Eras a certeza incerta de que nas mãos do destino sou um comum mortal...

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto


Não sei se as minhas palavras são de mel ou fel. Se soam a céu ou inferno. Sei que és quem habita o meu pensamento desde que te vi surgir. És a razão para que o meu coração tenha vontade de sorrir...

Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto.

Mas não duvides nunca que se me quiseres como te quero, o nosso partilhado caminho será como espero...


sexta-feira, março 13, 2009

Esta bela menina decidiu dar-me este prémio! Como todos os prémios que este blog recebeu, agradeço-o imenso e dedico-o a todos os que vêem até aqui e lêem aquilo que escrevo...

quarta-feira, março 11, 2009



Leio que três semanas depois de ter ficado com a cara assim, a Rihanna decidiu voltar para o namorado Chris Brown! A linha entre o amor e a estupidez é assim tão ténue?? Seria incapaz de fazer isto a uma mulher, quanto mais à mulher que amo. Mas também me pergunto se ele a ama...

terça-feira, março 10, 2009

Nunca escondi que adoro calor! Mas também sempre disse que a minha estação favorita é o Outono. Luís Fernando Veríssimo não concorda comigo no primeiro aspecto mas no segundo sim. Aqui fica o texto dele no Expresso de Sábado..

O Outono é a única estação civilizada. A Primavera é um descontrole glandular da Natureza. O Inverno é o preço que a gente paga para ter o Outono, e por isso está perdoado. O Verão é uma indignidade.

Eu deveria ser um par de garras serrilhadas escapulindo pelo chão de mares silenciosos, ou pelo menos um falso inglês como o Eliot. Clássicos ao pé do fogo, um vago cachorro e sherry seco contra o catarro. Um gentleman não deve suar, meu caro. As frutas têm suco, não um inglês.

Nas colónias, os nativos suavam por nós, e... É sempre assim. Quando chega o Verão começo a me imaginar em Londres, estocando meus tintos para o Inverno. Mas é claro que não aguentaria duas semanas como inglês sem começar a maldizer a humidade e a sonhar com o sol.

Mas não sou uma pessoa tropical. A minha terra preferida é o Outono em qualquer lugar. No Outono, as coisas se abrandam e absorvem a luz em vez de reflecti-la. É como se a Natureza, etc. (O Verão não é uma boa estação para literatura descritiva. Me peça o resto da frase no Outono.)

Sempre digo que a praia seria um lugar óptimo se não fossem a areia, o sol e a água fria. É só uma frase. Gosto do mar. O diabo é que a gente sempre tem na cabeça um banho de mar perfeito que nunca se repete. O meu aconteceu em Torres, Rio Grande do Sul, em algum ano da década de 50. Sim, crianças, em 50 já existiam Torres, o oceano Atlântico e este cronista, todos bem mais jovens. O mar de Torres estava verde como nunca mais esteve. Via-se o fundo? Via-se o fundo.

Víamos os nossos pés, embora a água estivesse pelo nosso pescoço, e como eram jovens os nossos pés. Havia algas no mar? Iodo, mães-d'água, siris, dejectos, náufragos, sereias? Não, a água estava límpida como nunca mais esteve. Os únicos objectos estranhos no mar eram os nossos pés, e como isso faz tempo. Até que horas ficámos na água? Alguns anoiteceram dentro de água e estariam lá até agora se não tivessem que voltar para a cidade, para se formar, fazer carreira, casar, envelhecer, essas coisas.

Como o cronista explica sua aversão ao Verão depois de tais lembranças? É que eu não gostava do Verão. Gostava de ser mais moço.